A CRISE DEMOGRÁFICA DA CHINA: DESAFIOS PARA O CASAMENTO E A NATALIDADE.
- Giovanna F. S. Lima
- 10 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
RESUMO
A China enfrenta uma queda contínua nas taxas de casamento e natalidade, agravada pela diminuição da população jovem e desafios econômicos. Apesar de um pequeno aumento nos casamentos em 2023, as políticas governamentais para incentivar o matrimônio e a procriação têm mostrado resultados limitados. A crise demográfica exige ações mais eficazes para lidar com o envelhecimento populacional e garantir a sustentabilidade econômica do país.
PALAVRAS-CHAVE: Crise demográfica; Casamento; Natalidade; Políticas Governamentais; Envelhecimento Populacional; China;

O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
O Ministério de Assuntos Civis da China divulgou os dados estatísticos do 4º trimestre de 2023, revelando que o número de casamentos registrados no país aumentou para 7,68 milhões, um crescimento de 12,36% em comparação com os 6,83 milhões de casamentos em 2022. Esse aumento interrompeu uma queda de quase uma década, que começou após o pico de 13,47 milhões de casamentos em 2013. Em 2023, o número de casamentos ultrapassou o de 2021, quando foram registrados 7,64 milhões (CHINA2BRAZIL, 2024).
O crescimento observado em 2023 é atribuído em parte ao adiamento de casamentos durante a pandemia de Covid-19, o que fez com que muitos casais optassem por formalizar a união no ano seguinte. Além disso, a pandemia impactou negativamente o namoro e a socialização, o que também influenciou o número de casamentos (CHINA2BRAZIL, 2024).
Além disso, os dados dos últimos 40 anos mostram uma queda contínua no número de nascimentos no país desde o pico de 1987. Isso reflete uma diminuição da população jovem em idade de casar, especialmente à medida que as gerações nascidas nos anos 90 e 2000 entram nesta fase da vida (CHINA2BRAZIL, 2024).
Sobre o ano de 2024, a China tem enfrentado uma queda nas taxas de casamento, com apenas 4,74 milhões de casais registrados nos primeiros nove meses, uma redução de 16,6% em comparação ao ano anterior. Esse declínio aprofunda a crise demográfica do país, que já enfrenta um envelhecimento acelerado da população e um crescimento populacional estagnado. Apesar das políticas governamentais para incentivar o matrimônio e combater o declínio populacional, como simplificação do processo de registro de casamentos e endurecimento das regras para o divórcio, fatores como a instabilidade econômica, altos custos de vida e a busca por independência têm levado muitos jovens a adiar ou evitar o casamento (REDAÇÃO O ANTAGONISTA, 2024; GAN, 2024).
Além disso, mudanças culturais, como o aumento da independência financeira das mulheres e a resistência a tradições patriarcais, também têm impactado a decisão de casar e ter filhos. O governo chinês tem promovido uma nova cultura familiar, buscando valorizar o casamento e a criação de filhos como parte de um esforço para reverter a diminuição das taxas de natalidade e garantir a estabilidade econômica no futuro. No entanto, os desafios persistem, e é necessário um equilíbrio entre as necessidades da nova geração e as tradições culturais para enfrentar os impactos de uma população em envelhecimento (REDAÇÃO O ANTAGONISTA, 2024; GAN, 2024).
CONCLUSÃO
Em conclusão, os dados analisados demonstram que a China está enfrentando um quadro complexo de declínio nas taxas de casamento e natalidade, o que tem gerado uma série de implicações demográficas e econômicas para o país. Embora o aumento no número de casamentos em 2023 represente uma leve recuperação, ele não é suficiente para reverter as tendências de longo prazo, que refletem uma diminuição na população jovem em idade de casar, influenciada por fatores como a instabilidade econômica, os altos custos de vida e mudanças nas atitudes sociais, especialmente entre as mulheres.
As políticas governamentais, embora focadas na promoção do matrimônio e na reversão da queda populacional, têm apresentado resultados limitados, dado o contexto sociocultural e econômico. Portanto, é fundamental que a China continue a ajustar suas estratégias, buscando um equilíbrio entre as demandas da nova geração e as necessidades demográficas do país. A adoção de políticas mais eficazes, combinadas a um ambiente econômico e social mais favorável, será essencial para mitigar os impactos do envelhecimento populacional e garantir a estabilidade a longo prazo.
REFERÊNCIAS
CHINA2BRAZIL. Número de casamentos na China aumenta pela primeira vez em quase uma década: Em 2022, foram registrados 6,835 milhões de casamentos em todo o país. [S. l.], 18 mar. 2024. Disponível em: https://exame.com/mundo/numero-de-casamentos-na-china-aumenta-pela-primeira-vez-em-quase-uma-decada/. Acesso em: 7 nov. 2024.
GAN, Nectar. China deverá ter seu menor número anual de novos casamentos desde 1980, diz governo: Cerca de 4,74 milhões de casais chineses oficializaram matrimônio entre janeiro e setembro deste ano, uma queda de 16,6% em relação ao mesmo período de 2023. Hong Kong, 4 nov. 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/china-devera-ter-seu-menor-numero-anual-de-novos-casamentos-desde-1980-diz-governo/. Acesso em: 7 nov. 2024.
REDAÇÃO O ANTAGONISTA. China observa diminuição no número de casamentos: A diminuição das taxas de casamento na China em 2024 levantou preocupações sobre o envelhecimento populacional.. [S. l.], 3 nov. 2024. Disponível em: https://oantagonista.com.br/mundo/china-observa-diminuicao-no-numero-de-casamentos/#google_vignette. Acesso em: 7 nov. 2024.
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