DE WASHINGTON AO PALÁCIO DO PLANALTO: QUAIS OS IMPACTOS NAS ELEIÇÕES INTERNACIONAIS NO BRASIL?
- Samantha G. D. Santos
- 25 de jan.
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RESUMO
Para muitos brasileiros, é natural acreditar que apenas as eleições nacionais geram impacto no nosso país. Contudo, na prática, não é bem assim. A nível global, a escolha de líderes políticos em outros países pode gerar impactos, de forma positiva ou negativa, no âmbito nacional, uma vez que a eleição de determinados candidatos influencia, por exemplo, na política externa, no comércio internacional e, até mesmo, gera efeitos diretos na economia brasileira. Dessa forma, as repercussões de transição de governo em grandes potências internacionais resultam em desafios ou então abrem novas oportunidades para o Brasil, já que existe uma interconexão, e de certa forma, até uma interdependência do nosso país ao cenário político global.
PALAVRAS-CHAVE: Brasil, Estados Unidos, Comércio Internacional, Política Externa, Economia, Geopolítica.
INTRODUÇÃO
Em um mundo cada vez mais globalizado, as eleições em grandes potências que possuem uma economia expansivas, laços comerciais e políticos, trazem repercussões que não se limitam apenas ao Brasil, mas também atingem toda a América Latina. Como exemplo, podemos observar a dinâmica gerada pelas eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2024 e a reeleição de Trump agora em 2025.
DESENVOLVIMENTO
O processo eleitoral nos Estados Unidos, por sua vez, sempre afeta diversos países, e o Brasil não é exceção. Observando a partir de uma linha cronológica, o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021) foi marcado por uma postura mais protecionista e unilateral, o que gerou uma série de implicações para o comércio internacional e também dificultou relações diplomáticas. Por um lado, no que se refere ao aspecto sociopolítico, houve uma maior polarização caracterizada, não só, por um populismo de direita, como também, focado em políticas nacionalistas e conservadoras. Trump buscou fortalecer a economia americana, priorizando a redução de impostos e a promoção da indústria nacional. Já por outro, no que se refere as políticas ambientais de Trump, ou a falta delas, houve a perpetuação de uma postura de desregulamentação e favorecimento à indústria de combustíveis fósseis, com ênfase no crescimento econômico em detrimento de medidas ambientais eficientes. Ele retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, revogou regulamentações ambientais e apoiou a expansão da exploração de recursos naturais, além de também promover a redução de áreas ambientais protegidas. Já no que diz respeito as questões sociais, Trump se alinhou a valores conservadores, frequentemente desafiando políticas progressistas em áreas como imigração, direitos reprodutivos e equidade racial. Ou seja, considerando seu 1º mandando e as promessas de campanha do 2º, em um contexto coletivo, a reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tem o potencial de afetar significativamente o Brasil em diversas áreas. De forma geral, sob a perspectiva de seu segundo mandato, suas propostas são bem similares ao que foi visto no período de 2017 a 2021. Trump planeja retomar políticas migratórias incisivas e tem como meta realizar a “maior deportação em massa da história dos EUA”. Já no que se refere ao aspecto econômico, ele visa colocar em prática um plano de corte de impostos, aumento de tarifas para produtos importados e está contra os incentivos para transição energética. Fora isso, também é perceptível um maior alinhamento com bilionários, donos de Big Tech, já que nomes como Mark Zuckerberg e Elon Musk aparecem com grande destaque em seu início de governo. E claro que, não só, as eleições nos Estados Unidos, como também, em países como Argentina, Venezuela e França causam impactos ao Brasil. Isso acontece muito devido a comunidade internacional e a globalização, já que é um fato de que o avanço da internet, das redes sociais e a rapidez das informações tem intensificado essa comoção. Aspectos relacionados a polarização também não ficam de fora quando pensamos nesse assunto.

CONCLUSÃO
Portanto, é possível concluir que a reeleição de Donald Trump pode representar uma série de desafios para o Brasil. Com base em seu primeiro mandato, o foco em acordos bilaterais pode criar desafios para o comércio brasileiro e a continuidade dessa postura protecionista pode gerar dificuldades econômicas, principalmente nas exportações e no acesso aos mercados americanos. A abordagem de Trump a respeito da desregulamentação ambiental e retirada de acordos internacionais, pode dificultar a colaboração em questões ambientais e geopolíticas, enquanto, sua postura isolacionista e a ênfase em uma política externa mais unilateral podem vir a diminuir a influência do Brasil nas negociações globais, gerando incertezas e dificultando a construção de uma parceria estratégica de longo prazo entre os dois países. Não só isso, como também, à postura protecionista de Trump e o foco em políticas econômicas que priorizam os interesses dos Estados Unidos em detrimento de uma maior cooperação internacional no geral é vista como negativa para qualquer um que esteja fora dos EUA. Além de que, o fato de Lula, atual presidente do Brasil, e Trump terem um pensamento ideológico diferente que pode vir a intensificar a animosidade entre ambos os países. Sendo assim, as eleições internacionais têm um impacto substancial no Brasil, moldando suas relações externas, comércio e economia. A interdependência global faz com que as mudanças de governo em grandes potências possam abrir novas oportunidades ou criar desafios para o país, dependendo do cenário político. Por isso, é essencial que o Brasil esteja atento às repercussões dessas escolhas políticas no exterior, a fim de ajustar suas estratégias e políticas internas para aproveitar ao máximo as vantagens e mitigar possíveis riscos. A compreensão dessa dinâmica é crucial para a construção de uma política externa mais assertiva e para a manutenção de um posicionamento estratégico no cenário global.
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