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Desastres Ambientais no Continente Europeu


Destroços causados pelos sismos de 26 de outubro na Itália©️ REUTERS/Max Rossi


Resumo


Com o passar dos anos, houve um aumento na ocorrência e na intensidade das catástrofes ambientais. Segundo os relatórios mais recentes, esses eventos estão diretamente relacionados com o aquecimento global e são protagonizados pela emissão excessiva de GEE (Gases de efeito estufa). Sendo assim, cenas como as enchentes no mês de julho na Alemanha, Países Baixos e Bélgica e as queimadas nos países do mediterrâneo como Turquia, Grécia e Itália serão recorrentes. Não é privilégio europeu tais catástrofes, elas afetam o globo inteiro. Regiões da América do Sul e da América do Norte também sofrem com altas temperaturas em áreas com histórico de temperatura amenas, regiões que antes acreditavam estar invulneráveis a eventos desse tipo. Tais eventos acontecem depois da Cúpula do Clima, liderado pelos Estados Unidos da América e antes da Conferência do Clima das Nações Unidas, que acontecerá em novembro de 2021. Ambos os eventos tem como objetivo assegurar o desenvolvimento sustentável da sociedade sem comprometer os recursos para as gerações futuras.

Palavras-chaves: Queimadas, Europa, Green Deal.



Abstract


Over the years, there has been an increase in the occurrence and intensity of environmental disasters. According to the most recent reports, these events are directly related to global warming and are led by the excessive emission of GHG (Greenhouse Gases). Thus, scenes such as the floods in July in Germany, the Netherlands and Belgium and the wildfires in Mediterranean countries such as Turkey, Greece and Italy will be recurrent. It is not a European privilege to have such catastrophes, they affect the entire globe. Regions of South America and North America also suffer from high temperatures in areas with a history of mild temperatures, regions that were previously believed to be invulnerable to events of this type. These events take place after the Climate Summit, led by the United States of America and before the United Nations Climate Conference, which will take place in November 2021. Both events aim to ensure the sustainable development of society without compromising resources for future generations.

Key-words: Wildfires, Europe, Green Deal.



Eventos climáticos


No mês de agosto, uma combinação de ventos fortes, tempo seco e uma onda de calor, que trouxe temperaturas recordes na região, causou um grande estrago no mediterrâneo, ocasionando a evacuação de civis e danos materiais a moradores locais. Com temperaturas acima de 45º celsius, o sul da Europa vem enfrentando dificuldades para controlar as queimadas provocadas pela alta temperatura. Países como Grécia, Itália e Turquia estão sofrendo para conter as chamas e envolveram grande parte das forças armadas e do corpo de bombeiros, mas ainda assim, necessitam de ajuda estrangeira para conter o avanço do fogo. Além do impacto material e ambiental, houveram mortes em decorrência das queimadas e também a evacuação forçada de diversos turistas e moradores que tiveram que buscar refúgio em regiões onde o fogo ainda não alcançou. Além disso, no começo do mês de julho, uma chuva forte assolou cidades na Bélgica e Alemanha. A chuva gerou um inundações que causaram danos estruturais nas residências e negócios da região, além de deixarem ao menos 183 mortos e dezenas mais desaparecidos.

Situações como essa se tornam cada vez mais recorrentes e intensas e deixam em evidência as atitudes dos governos locais para contenção ou mitigação de eventos como esse, além de podem causar imbróglios políticos para os representantes locais ou nacionais. Ademais, expõe a necessidade do comprometimento de Estados, principalmente dos mais poluentes, China e EUA, em refrear a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e buscarem o objetivo de desenvolvimento sustentável.



Cúpula do Clima


A Cúpula do Clima foi um grande evento que discutiu os problemas do meio ambiente, como a emissão do dióxido de carbono (CO2). A Cúpula foi convocada pelo presidente estadunidense Joe Biden, que diferente do seu antecessor, Donald Trump, apresentou propostas mais ousadas para solucionar e amenizar os problemas do meio ambiente.

O evento contou com a participação de grandes potências industriais, países que são líderes na emissão dos gases de efeito estufa, como China, Rússia, Índia e o próprio EUA. Também participaram outras nações que possuem um papel fundamental na luta pela preservação da natureza, como o Brasil, totalizando 40 países. A reunião, que contou com os discursos de diversos líderes globais foi acompanhada por muitas promessas. O presidente brasileiro Jair Bolsonaro anunciou o fim do desmatamento ilegal até 2030, já o presidente estadunidense Joe Biden se comprometeu em alcançar a neutralidade do clima em 2050, antecipando a antiga meta dos EUA, que era alcançar em 2060.

No entanto, segundo o relatório de dezembro da ONU, para que as promessas feitas pelos países que participaram da Cúpula tenham sucesso, é necessário medidas extras e com mais empenho. Antes da Cúpula do Clima, a União Europeia (UE) já anunciava um acordo para a redução de 55% das emissões de gases de efeito estufa em até 2030. O objetivo era levar o projeto pronto para apresentar na Cúpula, firmando o compromisso da UE em liderar esse movimento global em prol do meio ambiente. Além disso, os países Europeus cobraram mais velocidade para que as metas prometidas nas propostas que os países fizeram na Cúpula fossem cumpridas.



European Green Deal


No mês de julho, concomitantemente com as enchentes na Alemanha e Bélgica, a União Europeia anunciou o seu plano para alcançar o desenvolvimento sustentável e diminuir drasticamente a emissão de GEE até 2030 e zerar até o ano de 2050, tornando-se assim o primeiro continente neutro no que tange a emissão de carbono. O plano também possui o objetivo de criar empregos e novas oportunidades para seus cidadãos, além de ampliar suas fontes de energia e diminuir a dependência de fontes extrabloco. O plano também prevê o incentivo para veículos com baixa ou nenhuma emissão de carbono, além de investimentos para oferecer a infraestrutura necessária para o reabastecimento dos veículos movidos a energia elétrica. Além do mais, a partir de 2026, os transportes rodoviários serão cobrados por conta da poluição, essa medida tem o intuito de incentivar as empresas a buscarem alternativas mais sustentáveis.

Através desse plano, a Comissão Europeia também prevê um mecanismo onde as empresas que comercializarem produtos de países com regras ambientais não tão rígidas terão que pagar uma taxa a respeito do carbono.



Incorporação das Empresas e da Sociedade Civil no Combate às Mudanças Climáticas


Além dos Estados, diversas conferências sobre o clima enfatizam a necessidade e importância do engajamento de empresas e da sociedade civil para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado. Através do Corporate Sustainability Reporting, a União Europeia estabelece as regras voltadas à emissão de relatórios com conteúdo não-financeiro.

No território europeu, a emissão de relatórios de conteúdo não-financeiro se aplica somente às empresas que cumprem uma série de requisitos, sendo eles, empregar mais de 500 funcionários e possuir um grande interesse por parte da sociedade. Vale ressaltar, a importância que os stakeholders, que são aqueles que são impactados, ou que geram impacto, direta ou indiretamente na empresa, podendo ser caracterizados como clientes, investidores, consumidores, agentes governamentais etc. Essa teoria dá ênfase na importância que esses agentes possuem para empresa, segundo essa teoria, eles podem influenciar a tomada de decisão das empresas através da externalização e reivindicação de seus interesses.

Sendo assim, a sociedade civil passou a exigir que as empresas adotassem práticas sustentáveis e que assumissem sua responsabilidade social perante suas ações. As empresas devem elaborar relatórios referente a questões previstas no Pacto Global das Nações Unidas, que abrangem as áreas sociais, meio ambiente, anticorrupção, de respeito aos direitos humanos e diversidade dentro das empresas.



Conclusão


As alterações climáticas vêm se intensificando nos últimos anos, e como consequência a sociedade testemunha desastres naturais que não aconteciam a dezenas ou milhares de anos. O Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU, aponta diretamente o aquecimento global causado pela emissão excessiva de GEE como a principal causa para mudança climática e consequentemente para os desastres.

Artigos científicos como esse e planos para a mitigação do aquecimento global serão cada vez mais comuns e mais desejados pela sociedade, atualmente o movimento para neutralidade na emissão de carbono é capitaneado pelas potências do norte, como União Europeia e EUA, com pouca adesão nos países subdesenvolvidos.



Referências bibliográficas


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