CPI da COVID-19 no Brasil

Rudy, Jefferson. 2021

Resumo

No dia 27 de abril de 2021, deu início a CPI do COVID no Brasil, sobre as ações de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia que se mostra desastrosa, pelo incentivo a tratamentos ineficazes e a negativa à compra de vacinas, mais de dez pessoas já foram investigadas.

Palavras-chave: Covid; Brasil; Vacinas;

Introdução

CPI, (Comissão Parlamentar de Inquérito) é uma investigação feita pelo Poder Legislativo, onde vereadores, deputados estaduais e Federais e os Senadores podem formar uma comissão para ouvir depoimentos sobre um assunto determinado da máquina pública. Nessa CPI está sendo investigados a gestão de Bolsonaro na pandemia e seus repasses financeiros para os estados e municípios.

No mês de maio e junho, doze representantes foram ouvidos na CPI: o primeiro foi o gerente-geral da Pfizer da América Latina, Carlos Murilo, segundo ele o Brasil não fechou acordos com a Pfizer, deixando de comprar 4,5 milhões de imunizantes até março de 2021. No total a Pfizer enviou oitenta e um e-mails de propostas para o Brasil. A empresa tinha o plano de tornar o Brasil um exemplo de vacinação ao mundo como ela fez ao estado de Nova York nos Estados Unidos, mas Bolsonaro e seus ministros não responderam os e-mails.

Abordaremos outros pontos importantes dos depoimentos, como o de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde demitido em abril de 2020 por sua oposição às medidas do presidente. Em seu depoimento em 4 de maio, relatou que o presidente não tomou medidas necessárias para conter a pandemia, e que ele mesmo havia feito uma projeção de 180 mil mortes por covid até o final de 2020, mas Bolsonaro descartou a projeção.

Desenvolvimento

Mandetta redigiu uma carta entregue à Bolsonaro, onde relata que o Brasil poderia entrar em colapso de Saúde caso as medidas não fossem cumpridas, mas o presidente infelizmente descartou as medidas indicadas. Houve outros absurdos como a mudança na bula do remédio hidroxicloroquina como medicamento eficaz contra o Covid-19 e os aconselhamentos de fora do ministério da Saúde que o presidente seguia, como o de Carlos Bolsonaro, sem partido, vereador do Rio de janeiro que participava das reuniões pelo combate à pandemia sem nenhuma formação na área de saúde.

Outro nome a ser mencionado foi o do Diretor e presidente da ANVISA, Antônio Barras Torres que depôs na CPI e surpreendeu a todos por ser amigo íntimo de Bolsonaro e realizou duras críticas ao governo e suas medidas. Sua indicação ao cargo de chefe da ANVISA foi realizada pelo próprio presidente, mas ele se opôs às medidas extremas do Bolsonaro e apoiou à ciência, se opondo ao uso da cloroquina para o tratamento precoce. Ernesto Araújo também prestou depoimento no dia 18 na terceira-feira, onde foi interrogado se ele havia atacado a China, maior produtora de insumos para a vacina, além da própria Coranavac. Ernesto mentiu no depoimento dizendo que nunca atacou a China, mas o Presidente da CPI, Omar Aziz falou que na verdade o ex-Chanceler sempre demonstrou uma postura ofensiva contra a China, além de sempre trazer declarações polêmicas, como um artigo intitulado de “comuna vírus” referindo-se ao país oriental.

Na quarta-feira dia 19 de maio Eduardo Pazuello foi ouvido. O general teria passado mal aparentemente por possui uma síndrome Vasovagal e foi atendido por paramédicos durante o intervalo das sessões que foram adiadas para o dia seguinte. Durante o seu depoimento ele mente sobre um aplicativo lançado pelo governo federal, o Trate Cov, um aplicativo, onde as pessoas fariam um autodiagnostico, mas que recomendava a cloroquina como um medicamento tratável ao covid. Ele mentiu dizendo que era um simples protótipo e não foi apresentado para o público, além disso, diz que esse aplicativo foi hackeado e copiado por um cidadão que o vazou, segundo ele um boletim de ocorrência foi feito pelo ato criminoso. Porém, houve sim uma cerimônia para o aplicativo Trate Cov que foi recebido pelo público em geral e pela imprensa.

Quando indagado sobre a falta de oxigênio em Manaus, segundo ele durou três dias, mas há indícios que esta durou cerca de vinte dias corridos. Pazuello mentiu sobre a desautorização da compra do Coronavac, segundo ele Bolsonaro nunca proibiu a compra, mentindo também sobre o e-mail da Pfizer que foram respondidos, mas sabemos que a farmacêutica Pfizer esperou a resposta por meses. Pazuello não foi preso, pois ele possui habeas corpus que o protege de acusações, ou seja, ele não pode ser aprendido mesmo mentindo em todo seu depoimento.

No dia 25 de maio de 2021 foi recebida pela CPI, Mayara Pinheiro conhecida como “Capitã Cloroquina”, responsável pelo desenvolvimento do projeto do aplicativo do Trato Cov que prescrevia cloroquina para o tratamento do covid até mesmo para crianças. Renan Calheiros apontou que a Mayara defende a “imunidade de rebanho”, onde a população ganhará imunidade coletiva através não só da vacina, mas também através da contaminação e da evolução natural do vírus.

No dia 26 de maio foi recebido Dima Covas, diretor do Instituto Butantã e foi um dos maiores depoimentos mais revoltantes, por apontar que o governo poderia já ter um plano de vacinação avançado como em outros países, mas as ofertas foram simplesmente relegadas. Os números indicam que foram oferecidas ao Instituto Butantã 70 milhões de doses de coranavac em julho de 2020 e em agosto milhões de doses da vacina da Pfizer, mas o governo federal rejeitou todas as propostas.

O Dimas Covas teve algumas reuniões a respeito do plano de vacinação do uso da Coranavac com o ex-ministro Pazuello em outubro de 2020, onde o instituto Butantã ofereceu 45 milhões de doses ao governo federal, mas após o dia 20 de outubro Bolsonaro simplesmente vetou a compra, pois desconfiava que a vacina fosse pouca eficiente por sua origem chinesa.

Luana Araújo, médica infectologista prestou um dos depoimentos mais relevantes para a CPI, por sua competência para estar à frente ao combate à pandemia. O governo chegou a oferecer o cargo como secretara especial ao combate à pandemia, mas após dez dias o governo voltou atrás da nomeação da infectologista. Durante a breve passagem de Luana ela tentou montar uma equipe de infectologistas, mas os médicos competentes não queriam participar, devido ao posicionamento científico do presidente.

O atual ministro da saúde Marcelo Queiroga prestou um segundo depoimento, pois ele precisava esclarecer a algumas questões que estavam abertas, como por exemplo, “porque a infectologista passou apenas dez dias na função e foi demitido logo depois?”, O Marcelo Queiroga justificou que mesmo a médica Luana tivesse toda a competência para o cargo, sofreu muita resistência dentro do governo e da população e por isso resolveu demitir a infectologista.

Wilson Witzel foi chamado para prestar depoimento à CPI e fez revelações bombásticas, pois ele fez ligações da família Bolsonaro ao assassinato de Marielle Franco. O ex-governador do Rio de Janeiro falou que não impediu que a polícia do Rio de janeiro investigasse o caso de Marielle e que o próprio presidente se articulou para tirar o Wilson do cargo de governador. Segundo ele, sofreu retaliação do presidente e de seus ministros por criticar duramente o governo federal, resultando na dificuldade de ajuda federal ao enfrentamento do covid no Rio de Janeiro.

Conclusão

No Brasil há mais 500 mil mortes por Coronavírus desde o começo da pandemia. Vemos até aqui que o governo Bolsonaro está “disseminando o vírus” por ser a favor da imunidade de rebanho e não por vacinação, mas com a contaminação do vírus em si, não está fazendo o necessário para combater a pandemia. Com a CPI isso só comprova, que o governo federal não só é incompetente, mas não faz o necessário para a população, agarrando-se em falsas teorias e disseminando-as.

Referencias Bibliográficas

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