G7 e o Sistema Internacional

Rousseau, Stefan. 2021

Resumo: O G7, criado em 1975 inicialmente era um fórum informal que reunia algumas potências industrializadas. Em 2021 foram debatidos temas sobre mudança climática, pandemia, impostos mínimos e democracia, como também discutido a ameaça da China e da Rússia ao sistema internacional.

Palavras-chave: Debates; G7.

Introdução

Entre os dias 11 a 13 de junho de 2021, ocorreu a reunião do G7, composta pelas maiores potências industrializadas do mundo: Canadá, França, Reino Unido, Japão, Itália, Alemanha e Estados Unidos. A Rússia e China não estão inclusos, mas foram muito apontados nas 47 reuniões que aconteceram no sudoeste da Inglaterra.

A Rússia foi banida do grupo em 2014, em decorrência da anexação da Crimeia na Ucrânia. O G7 compreende que a China é um país económico potencial, mas para adentrar o grupo ela deveria defender a democracia liberal, direitos humanos, sustentabilidade e liberdade de expressão, temas que não se encaixam com os padrões éticos do país em questão.

China

O surgimento da China como potência global, significa que o poder económico e político podem mudar do Ocidente para Oriente, com a pandemia, houve um significativo aceleramento para a sua ascensão iniciada em 1979, pelo investimento na infraestrutura que hoje se caracteriza como a segunda economia exportadora do mundo, atrás apenas dos EUA.

A reunião do dia 11 de junho foi fechada para a imprensa e o assunto foi a China, a sua ascensão preocupa o G7, que debateram como controla-la e a violação dos direitos humanos na região da Xinjiang, onde há o aprisionamento de milhões de mulçumanos uigures e outras minorias étnicas, que são colocados em campos de concentrações em regiões com restrições de visitas dos estrangeiros. O Presidente Biden pede maior autonomia a Hong Kong e que este respeite os direitos humanos e as minorias do seu país, citando sobre as investigações nos laboratórios chineses a respeito da origem do covid-19.

A China rebateu a acusação dizendo que o G7 não pode interferir nos problemas internos do país, parando de realizar falsas acusações sobre a sua política doméstica e se referiu às investigações nos laboratórios chineses como “um absurdo”.

Outro ponto importante é que a União Europeia propôs maior investimento de infraestrutura principalmente aos países emergentes da África e da América Latina, impedindo indiretamente o projeto de um bilionário chinês sobre a Nova Rota da Seda, que visa conectar o leste asiático à Europa, África e América Latina.

Rússia

O G7 emitiu um comunicado para diretamente a Rússia para que ela tome medidas contra ataques de ciber criminosos, que atuam nas fronteiras do país usando a tática de ransomware -ataque de ransomware é um ataque que restringe ao acesso ao sistema infectado com um bloqueio, onde só é possível recuperar o acesso com um pagamento de criptomoedas-.

Biden e Charles Michel criticaram abertamente o governo de Putin dizendo que ele “patrocina atividades ilegais, provocativas e perturbadoras”, criticando abertamente a intervenção da Rússia em eleições americana e o chamando de assassino pela repressão ao opositor Alexei Navalny. Quando Kremlin Alexei Navalny foi atendido na Alemanha, os médicos contaram que ele foi envenenado com um agente nervoso de uso militar, Navalny acusou o Putin que negar a narrativa.

Mudança Climática

O anfitrião da Cúpula do G7, Boris Johnson, declarou o aquecimento global como uma prioridade da cúpula, onde prometeu em conjunto com o grupo avançar no combate ao desmatamento e às emissões de carbono. A mudança climática não foi tratada como prioridade durante a cúpula, mas pode-se considerar um avanço, pois o governo Biden voltou ao acordo de Paris que foi deixado de lado durante o governo anterior, assim, a mudança climática deve ser debatida mais seriamente em novembro na Cúpula dos COP26.

Pandemia e Vacinas

Boris Johnson e Biden querem que as vacinas imunizem a todos até 2022, assim se comprometeram a doar 1 Bilhão de doses de vacinas para os países pobres, juntando-se em prol da cooperação de doar os seus excedentes de vacinas para os países que não tem condições financeiras de comprá-las e impedindo transmissões de novas cepas do coronavírus que podem ultrapassar as vacinas e gerar um agravamento da pandemia.

O Reino Unido pretende doar até 100 milhões de doses e os Estados Unidos 500 mil, o governo britânico também pediu aos grandes laboratórios farmacêuticos de vacina como John Johnson, Pfizer, Astrazeneca, entre outros, que possam vender a vacina mais barata a preço de custo, o presidente da França Emmanuel Macron pediu que grandes produtoras de vacinas doassem 10% de suas vacinas para os países carentes.

O G7 pretende discutir no futuro, como evitar novas pandemias e fazer estratégias para que se aconteça, não seja catastrófica como o COVID-19 com base no alerta da OMS a respeito de outras pandemias iguais, ou pior a do coronavírus.

Democracia Liberal

A cúpula do G7 montou estratégias para demonstrar que a democracia liberal é melhor e mais funcional, que o capitalismo estatal que a China e principalmente a Rússia tanto pregam. Nas palavras de Biden:

“América está de volta, para unir a democracia do mundo”.

Acesso à educação para meninas

Os líderes da cúpula também concordam em cooperar a levar acesso à educação a mais de 40 milhões de meninas que hoje estão fora da escola, onde com a pandemia aumenta ainda mais a restrição da educação por vários motivos, mas principalmente divisão entre sua vida escolar com os afazeres de casa e o cuidado de seus irmãos mais novos, além da falta no acesso à internet, o que fica impossível o acesso às aulas remotas.

Segundo Boris, o premiê Britânico "Educar todas as crianças, especialmente as meninas, é uma das maneiras mais fáceis de tirar os países da pobreza e ajudá-los a se recuperar da crise do coronavírus".

Impostos

Na Cúpula os ministros das finanças dos líderes do G7 assinaram um acordo de um novo regime tributário global, no qual os governos podem cobrar impostos de empresas multinacionais que são extremamente lucrativas como Apple, Facebook e Instagram, não pagam impostos e os colocam na jurisdição. Assim essas empresas irão pagar uma alíquota de pelo menos 15%. Esse acordo para os especialistas é histórico, pois os governos estão taxando as multinacionais estabelecendo limites e impedindo os chamados "paraísos fiscais".

Referências Bibliográficas

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