A POSSÍVEL SAÍDA DOS CLUBES BRASILEIROS DA CONMEBOL

Dia 6 de março, um ato de racismo foi o foco da partida da Libertadores Sub20 entre Palmeiras e Cerro Porteño, tendo Luighi, atleta do time brasileiro, como vítima. A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), organizadora do torneio, em resposta divulgou uma nota oficial e puniu o clube paraguaio. Contudo, tanto a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), quanto o Palmeiras julgaram as punições como leves. Diante da resposta considerada fraca, Leila Pereira, presidente do clube alviverde, sugeriu, em entrevista á TNT Sports no dia 10 de março, que os clubes brasileiros pensem em deixar a Conmebol para se juntarem à Concacaf (Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe), alegando falta de respeito ao futebol brasileiro pela atual organização.

Palavra-chave: Conmebol; Concacaf; futebol; Brexit; Leila Pereira; CBF.

Conmebol, 2017

Desenvolvimento

A proposta de Leila Pereira, embora burocrática, levanta um debate importante, que poder ser analisado sob a ótica das Relações Internacionais, focando na saída/mudança dentro de blocos, como o Brexit, dadas as devidas analogias. Um dos principais argumentos para o Brexit foi o de recuperar a “soberania” do Reino Unido. Muitos britânicos sentiam que a União Europeia ia contra os interesses nacionais, a presidente do Palmeiras argumenta de forma similar ao questionar a legitimidade da Conmebol em representar os interesses brasileiros. A fala dela (“não somos respeitados”) reflete isso:

“Saímos da Conmebol e vamos para a Concacaf, sabe? Eu acho que só assim vão respeitar o futebol brasileiro. O futebol brasileiro não está sendo respeitado pela Conmebol […]”

“[…]Já que não somos respeitados aqui, pelo órgão que controla o futebol da América do Sul, por que não irmos para a Concacaf?”

Essa fala revela uma sensação de abandono institucional, indo além do racismo e indicando uma relação desigual entre os clubes brasileiros e a Conmebol.

Além disso, outro motivo para o Reino Unido sair da União Europeia foi o financeiro. O Reino Unido sempre foi um dos maiores contribuintes financeiros da União Europeia. Após sua saída, surgiram impactos financeiros para ambos os lados. O Brasil tem papel similar com a Conmebol, como podemos ver em mais uma fala da presidente do palmeiras na mesma entrevista.

“[…]O Brasil responde por 60% da receita da Conmebol.[…]”

Essa afirmação não apenas reforça o peso financeiro dos clubes brasileiros, mas também destaca a dependência econômica da confederação. Uma eventual saída dos clubes brasileiros da Conmebol levaria a profundos impactos na estruturais financeiros na instituição que poderiam reconfigurar as dinâmicas das competições continentais.

Conclusão

A proposta de saída dos clubes brasileiros para outra confederação, levanta questões que vão além do esporte e se entrelaçam diretamente com temas centrais das Relações Internacionais, como soberania, legitimidade internacional e interdependência econômica. A possível ideia de que os clubes brasileiros se retirem da Conmebol indica uma tensão nas relações entre ambas as partes

Os fatores que levaram à insatisfação dos clubes brasileiros sustentam um possível debate sobre a sua recolocação no futebol continental, e demonstram como o futebol não é apenas um simples esporte, mas também um campo de disputas políticas e diplomáticas características das Relações Internacionais.

Referências Bibliográficas:

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O GLOBO. Leila sugere que times brasileiros saiam da Conmebol após caso de racismo: 'Por que não nos filiamos à Concacaf?'. O Globo 100, [S. l.], p. 1-1, 10 mar. 2025. Disponível em: https://oglobo.globo.com/esportes/noticia/2025/03/10/leila-sugere-que-times-brasileiros-saiam-da-conmebol-apos-caso-de-racismo-por-que-nao-nos-filiamos-a-concacaf.ghtml. Acesso em: 10 abr. 2025.

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