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EPIDEMIA DE DENGUE NO BRASIL E SUA REPERCUSSÃO EM RELAÇÃO AO RACISMO AMBIENTAL.

Fonte: (MINISTÉRIO DA SAÚDE apud PODER360, 2024).



RESUMO

Nos últimos meses, muito se tem discutido acerca da incidência de casos dengue, que vem causando uma preocupação geral em todo território nacional. Uma doença que até então “estava esquecida” pelos próprios brasileiros, apesar de não ter sido erradicada, faz com que os estados tomem providências para lidar a proliferação da doença.

Palavras-chave: Dengue; Doença; Proliferação; Racismo Ambiental.


 

DESENVOLVIMENTO


É de conhecimento geral que essa enfermidade é causada por um vírus transmitido a partir da picada do mosquito Aedes Aegypti. Os sintomas mais comuns são: febre, manchas vermelhas pelo corpo, dores articulares e dores atrás dos olhos. Em casos mais graves, é possível que a doença cause hemorragias internas, o que pode ser classificado como dengue hemorrágica, que por sua vez é mais agressiva e potencialmente mais letal. Também se sabe que quando uma mesma pessoa é infectada mais de uma vez, existe uma maior probabilidade de uma evolução direta para dengue hemorrágica. Ademais, sabemos que a transmissão aumenta nos meses mais chuvosos. Isso acontece porque o acúmulo de água parada aumenta a proliferação do mosquito, e consequentemente causa uma maior disseminação da doença. Contudo, para além dessa proliferação padrão, atualmente fatores ambientais e mudanças climáticas também interferem na circulação do mosquito e da doença (SOUZA; PELLEGRINI, 2024).


É importante ressaltar, que apesar da doença afetar toda a população, é evidente que alguns grupos sociais estão mais expostos a doença e também mais passiveis a implicações de maior gravidade. Para a população marginalizada, que, por sua parte, é formada majoritariamente por pessoas negras e pobres, o risco é sensivelmente maior devido a uma série de fatores, tais como: a debilidade de infraestrutura e a dificuldade de acesso a saúde pública. Não só isso, como também, a falta de saneamento básico, a coleta de lixo ineficaz, o desprovimento de redes de esgoto, a instalação de aterros sanitários e o adensamento populacional dessas áreas são grandes problemáticas na resolução dessa questão, pois isso tudo contribui para o contágio da doença. Para isso, existe um termo que classifica esse tipo de fenômeno, e ele é chamado de Racismo Ambiental (SOUZA; PELLEGRINI, 2024; CLIMAINFO, 2024).


Esse conceito, no que lhe diz respeito, entende que em sociedades desiguais há um certo desequilíbrio no acesso aos recursos ambientais e que comunidades urbanas periféricas estão mais sujeitas aos efeitos de poluição hídrica, deslizamentos e inundações, e por isso os precedentes citados acima são determinantes para a compreensão de como o conceito de Racismo Ambiental se manifesta na prática (SOUZA; PELLEGRINI, 2024).


Também podemos pontuar que o Brasil atualmente tem uma vacina contra a dengue que é eficaz na prevenção da doença, ela está sendo disponibilizada nas redes de saúde pública, seguindo o critério de prioridade por faixa etária, entretanto essa é uma solução a longo prazo devido à baixa quantidade de doses que estão sendo disponibilizadas no momento. A longo prazo, o que funciona melhor como prevenção à doença é, o uso de repelentes, a conscientização da população, as ações educativas sobre a doença e a eliminação efetiva dos criadouros do mosquito (SOUZA; PELLEGRINI, 2024; CLIMAINFO, 2024).



CONSIDERAÇÕES FINAIS


Logo, podemos tirar como conclusão, que as condutas necessárias vão além das medidas de políticas de saúde. Por conta de questões históricas, se faz necessário repensar a estrutura das periferias e de forma geral é preciso também de uma melhora no saneamento básico dessas regiões. Fica claro que, a segregação urbana e as outras problemáticas citadas acima, geram uma dificuldade de se fazer o controle vetorial dessa doença, o que causa um determinado desamparo nessas populações e aumenta a exposição da arbovirose a esses grupos mais vulneráveis (CLIMAINFO, 2024).



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CLIMAINFO. Racismo ambiental agrava epidemia de dengue nas populações marginalizadas. [S. l.], 5 mar. 2024. Disponível em: https://climainfo.org.br/2024/03/04/racismo-ambiental-agrava-epidemia-de-dengue-nas-populacoes-marginalizadas/#:~:text=Racismo%20ambiental%20agrava%20epidemia%20de%20dengue%20nas%20popula%C3%A7%C3%B5es%20marginalizadas,-Marcello%20Casal%20Jr&text=Doen%C3%A7a%2C%20cujo%20avan%C3%A7o%20vem%20sendo,para%20as%20comunidades%20historicamente%20marginalizadas. Acesso em: 14 abr. 2024.


PODER360. Em 2024, Brasil tem maior número de mortes por dengue no século: País registra 1.256 mortes pela doença em cerca de 4 meses; são mais de 3 milhões de casos prováveis. [S. l.], 10 abr. 2024. Disponível em: https://www.poder360.com.br/saude/em-2024-brasil-tem-maior-numero-de-mortes-por-dengue-no-seculo/. Acesso em: 12 abr. 2024.


SOUZA, Suzana; PELLEGRINI, Aline. Como o surto de dengue reforça desigualdades sociais: São Paulo decreta estado de emergência para dengue. Outros sete estados e Distrito Federal já haviam feito o mesmo. Doença transmitida pelo Aedes aegypti se conecta ao racismo ambiental nas cidades. [S. l.], 5 mar. 2024. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/podcast/2024/03/05/dengue-2024-desigualdade-social. Acesso em: 12 abr. 2024.


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