IMPACTOS REFERENTES AO FIM DOS PROGRAMAS DE DIVERSIDADE E INCLUSÃO NAS BIG TECHS

RESUMO: As políticas de diversidade e inclusão (D&I) por muito anos vêm sendo amplamente inseridas nas empresas ao redor do mundo. Seu objetivo principal, não só, é promover um ambiente corporativo mais igualitário e representativo, como também, visa combater a discriminação e o preconceito, ao mesmo tempo, que busca valorizar a diversidade entre os funcionários dentro de uma empresa. Contudo, recentemente grandes corporações, como a Meta, Amazon e até mesmo o Google, anunciaram o encerramento de seus programas internos voltados para a diversidade, o que nos leva a questionar: até que ponto essas políticas afirmativas representam um compromisso genuíno das empresas e não apenas uma estratégias temporárias de marketing?

PALAVRAS-CHAVES: Diversidade, Inclusão, Big Techs, Políticas Afirmativas, Empresas.

Metrus Instituto de Seguridade Social, 2023

INTRODUÇÃO: A diversidade nas empresas é um parâmetro essencial para a promoção da inovação e do crescimento sustentável dentro de um ambiente corporativo. Essas políticas, por sua vez, incluem desde práticas a estratégias destinadas a garantir representação equitativa de gênero, etnia, orientação sexual e entre outros. Grandes empresas, em especial as do setor de tecnologia, a partir dos anos 2000 adotaram medidas para ampliar a inclusão e mitigar desigualdades estruturais. Em contrapartida, com o início do 2º mandato de Trump, podemos observar que em muitas organizações nos Estados Unidos, principalmente as Big Techs, estão iniciando um movimento de retração dessas políticas, o que nos faz questionar quais são as motivações e implicações para tais mudanças.

DESENVOLVIMENTO Nos últimos anos, as políticas de diversidade e inclusão se tornaram mais populares e começaram a ser cada vez mais implementadas nas empresas, especialmente em multinacionais. Essas iniciativas, por sua vez, não são obrigatórias por lei, mas em alguns casos, elas podem ser incentivadas ou até exigidas por legislações específicas. O Brasil, por exemplo, oferece alguns benefícios fiscais relacionados a práticas de diversidade, através do Decreto nº 3.298/1999 e a Lei nº 8.213/1991 que incentivam a contratação de pessoas com deficiência. Já nos Estados Unidos, existem também algumas iniciativas para empresas que adotam práticas de diversidade, especialmente voltadas para a contratação de grupos marginalizados e PCDs. Entretanto, a agenda de inclusão está perdendo forças por lá nos últimos meses. Algumas organizações, como a Meta, Google, Amazon, Microsoft, McDonald's, Ford, assim como o Walmart e a John Deere, optaram por reduzir ou descontinuar seus programas internos de diversidade o que resultou diretamente no encerramento das políticas de contratações que estabeleciam um grupo mais diversificado de candidatos e colaboradores. Até então, a justificativa oficial dessas corporações geralmente envolvem reestruturação de custos e/ou prioridades estratégicas. Todavia, considerando questões sociopolíticas, é possível dizer que essas mudanças são condicionadas como uma resposta à crescente oposição a políticas afirmativas e ao questionamento da efetividade dessas práticas no longo prazo. Por sua vez, esses cortes nas iniciativas de diversidade podem trazer em uma série de impactos negativos, tais quais, o aumento das desigualdades salariais e a diminuição das oportunidades para grupos historicamente marginalizados. Ademais, a imagem corporativa dessas empresas pode ser prejudicada também, uma vez que consumidores, investidores e até mesmo os próprios colaboradores estão cada vez mais atentos às práticas de responsabilidade social empresarial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

As políticas afirmativas que dizem respeito a diversidade e inclusão mostram uma melhoria expressiva no ambiente empresarial, mas atualmente a sua permanência e manutenção vem enfrentando adversidades significativas. A retração dessas medidas por grandes empresas demonstra um retrocesso alarmante, com impactos tanto para a inclusão no ambiente de trabalho, quanto para a percepção pública dessas organizações.

Portanto, fica nítido que para evitar um declínio nos esforços de equidade, é essencial que os governos, a sociedade e principalmente as próprias empresas procurem formas de assegurar que a diversidade continue sendo uma prioridade estratégica e não apenas um diferencial ou uma estratégia temporária de marketing.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

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Metrus Instituto de Seguridade Social. Nova Política De Diversidade Do Metrus Incentiva A Inclusão No Ambiente De Trabalho. Metrus Instituto de Seguridade Social. 09 nov. 2023. Disponível em: https://www1.metrus.org.br/politica-de-diversidade/. Acesso em 26 fev. 2024

REDAÇÃO G1. Meta, dona de Facebook e Instagram, encerra programa interno de diversidade e inclusão. G1. 13 jan. 2025. Disponível em: https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2025/01/13/meta-dona-de-facebook-e-instagr am-encerra-programa-interno-de-diversidade-e-inclusao.ghtml. Acesso em 23 fev. 2025.

VICK, Mariana. Por que a promoção da diversidade perde espaço nas big techs. Nexo Jornal. 07 jan. 2025. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2024/09/05/cortes-dei-diversidade-big-techs Acesso em 24 fev. 2025.

ZANOBIA, Luana. Grandes empresas começam a abandonar as políticas de diversidade. Veja Negócios. 26 ago. 2024. Disponível em: https://veja.abril.com.br/economia/grandes-empresas-comecam-a-por-em-crise-as-politicas-de-diversidade. Acesso em 23 fev. 2025