top of page

SOFT POWER NA DISPUTA GEOPOLÍTICA: A UTILIZAÇÃO DA CULTURA E DA MÍDIA PARA EXERCER INFLUÊNCIA

Palavras-chave: Soft Power. Geopolítica. Cultura. Mídia. Diplomacia cultural. Influência internacional. Política externa. Relações internacionais. Poder simbólico. Globalização cultural.

VectorStock
VectorStock

Nos dias atuais, a capacidade de um país de influenciar os demais vai além de exércitos expressivos e grandes economias. A ideia de "poder suave", apresentada por Joseph Nye, explica como uma nação pode conseguir apoio internacional utilizando outras formas de poder, por meio de sua cultura e dos seus princípios, sendo assim uma forma de lidar com outros países que é vista de maneira positiva. Essa abordagem tem sido adotada por nações que querem aumentar sua influência mundial de um jeito sutil e eficaz.

Os Estados Unidos acabam por ser um bom exemplo de como o "poder suave" pode funcionar e influenciar. A cultura, a produção americana, principalmente Hollywood, espalha ideias, estilo de vida e crenças políticas, tendo um grande impacto em diversas sociedades. Programas que incentivam a troca cultural entre países, promovem bolsas de estudos, e formas de intercâmbio são vistos de maneira positiva e servem para validar o país como inovador, que também está aberto a trocas e com uma forte influência externa.

Já a China tem criado uma política cultural internacional por meio dos Institutos Confúcio, que estão em muitos países, ensinando a língua chinesa e sua cultura. Tal influência no âmbito escolar também é parte de um projeto para construir uma visão favorável do país e diminuir a dependência da opinião externa do mundo ocidental na maneira de conduzir as relações internacionais.

Assim como o Japão, que tem utilizado de sua cultura popular e de suas tradições seculares como meios de exercer influência no cenário mundial. Através do anime, do mangá, e da gastronomia, o país tem transmitido uma imagem que equilibra as suas inovações e a conservação de seu patrimônio cultural. O país desenvolveu uma história de avanços que não se desassocia de suas origens, fazendo com que pessoas de diversos locais se interessem pelo mesmo.

Seguindo o mesmo contexto, é notável como a Coreia do Sul usa sua cultura para projetar poder no cenário mundial. A popularidade da indústria coreana, com K-pop, os programas de TV também conhecidos como "doramas", a admiração pela comida e moda coreanas mostram uma ação de promoção cultural, apoiada pelo governo e pela mídia. Essa ação gera um fortalecimento da imagem da Coreia como um país moderno que também é tecnologicamente avançado, e como consequência acaba atraindo pessoas de nações diferentes interessadas em aprender mais sobre o idioma coreano, como também amplia o interesse no setor turístico do país e os seus efeitos no cenário político-econômico.

No que diz respeito ao grupo BRICS, o Brasil também utiliza sua cultura para influenciar. Visto que a música popular, o cinema nacional em ascensão, a cultura e o povo conhecido por ser "caloroso", ajudam a ampliar a visão de um país diversificado, ativo e disponível para diálogos com outras nações.

Dessa forma, o uso da cultura e da mídia tornou-se de suma importância nas disputas de poder atuais. O "poder suave" oferece aos países uma forma mais pacífica e, muitas vezes, eficaz de garantir presença, uma boa reputação e força para negociações.


Referências Bibliográficas:

IWABUCHI, Koichi. Recentering Globalization: Popular Culture and Japanese Transnationalism. Durham: Duke University Press, 2002.


JIN, Dal Yong. New Korean Wave: Transnational Cultural Power in the Age of Social Media. Urbana: University of Illinois Press, 2016.


LOPES, Denilson. A delicadeza: estética, experiência e soft power na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Mórula, 2020.


NYE, Joseph S. O futuro do poder. São Paulo: Benvirá, 2011.


NYE, Joseph S. Soft Power: The Means to Success in World Politics. New York: PublicAffairs, 2004.


ZHANG, Xiaoling; BARR, Michael. The Confucius Institute and China's Soft Power. Politics, v. 33, n. 3, p. 223–233, 2013.

Comentários


bottom of page